Tudo o que você faz em Marketing tem que estar alinhado à sua estratégia de negócios.
Estratégia vem do grego strategos, que é um termo militar usado para descrever a arte do general, desenhando o plano da guerra, as campanhas e, dentro disso, decidindo os engajamentos individuais.
Michael Porter, grande estudioso de estratégia, definiu-a como uma “fórmula abrangente de como um negócio vai competir”. Inevitavelmente, a fórmula para competir está diretamente relacionada à busca por diferenciar-se dos demais, de maneira que isso lhe dê uma vantagem competitiva. Como Porter resume: Estratégia competitiva é tudo o que se faz para se diferenciar (“Competitive Estrategy is about being diferent”).
Mesmo empresas que tem produtos idênticos aos concorrentes podem se diferenciar, por exemplo, oferecendo um melhor preço, entrega mais rápida ou entregando com mais segurança.
Ser diferente, claro, não basta para conferir vantagem a uma empresa ou assegurar o seu sucesso. Essa diferença tem que necessariamente criar um valor superior para os consumidores.
A estratégia deve ser baseada na missão da empresa. Depois da missão definida, a liderança determina os objetivos, que devem ser uma manifestação tangível da missão da organização. Para isso, devemos estar atentos ao ambiente externo e às capacidades internas da organização.
Para cada prioridade, as unidades e equipes criam um plano de ação.
Onde o Marketing entra nisso?
Qualquer atividade, em qualquer tipo de indústria, tem que ser alinhada à estratégia de negócios.
Em companhias bem administradas, cada empregado, do mais baixo ao mais alto escalão, deve conhecer a missão da empresa e seus objetivos e descrever como sua atividade diária contribui para atingi-los.
Os estrategistas de negócios buscam auxílio no marketing primeiramente para obter as seguintes informações:
- O que ameaça na concorrência?
- Oportunidades lucrativas
- Áreas de crescimento de mercado, maturidade e declínio
- Necessidades latentes e explícitas dos consumidores
- Ideias para estratégias de distribuição e precificação
Para exemplificar, olhemos para uma Cooperativa Agroindustrial qualquer. Se a estratégia da Cooperativa Agroindustrial é agregar valor através da industrialização das commodities produzidas pelos cooperados, como leite, café e carne, os marqueteiros devem desenvolver planos entorno dessa estratégia.
No nível de estratégia corporativa, a cooperativa provavelmente pensa: “Vou industrializar para garantir a compra da produção dos cooperados e devolver uma sobra maior ao final do ano.” Já o marketing deve pensar estrategicamente em quais mercados atingir e porquê, quais tendências seguir e quais os diferenciais devem ser destacados ou criados nesse produto.
O trabalho tático do marketing ajuda na proposição da marca para batizar o produto, na elaboração da embalagem que vai o destacar na gôndola, na determinação do preço adequado, em onde distribuir e, especialmente, como comunicar para construir desejo no consumidor, levando à ação de compra.
O profissional de marketing é quem deve responder à pergunta: porque nossos consumidores devem comprar os nossos produtos e não os produtos do concorrente?
Se estratégia competitiva é tudo o que se faz para se diferenciar, o marketing é peça fundamental para transformar todas as ideias em ação. Essa é uma verdade em qualquer tipo de empresa, em qualquer segmento. Se no agro os desafios de diferenciação e agregação de valor são gigantes, os profissionais de agromarketing devem estar à altura.
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Artigo de Mariangela Albuquerque, Diretora da Agro Marketing Mix, atuando diretamente em estratégia de grandes empresas do agronegócio desde 1999. É publicitária pela ESPM-SP, pós graduada em Marketing Pleno pela Madia Marketing School, em Gestão de Negócios pela UFMT e MBA pela Fundação Dom Cabral.